segunda-feira, 4 de julho de 2011

Resenha do Show da Galinha Pintadinha (Recife)

Fim de tarde de domingo. O palhaço-apresentador ameaçou dar um CD ao que tivesse um objeto da Galinha na mão:

- AQUI! - Um pai NoLife que chegou de meio dia e sentou na primeira cadeira de plástico rompeu o silêncio e faturou o prêmio.

O palhaço alertou novamente: Não vale guardar lugar e o show tem duas partes: Fantoches e Bonecos. Eu desconfiei que tinha algo errado com a preocupação do palhaço mas não liguei. Abriram as cortinas.

Pedro e Bino deram por falta a lona de caminhão amassada que fazia fundo no cenário do espetáculo da Galinha Pintadinha em Recife. O golpe foi mortal: O espantalho do Mágico de Oz crucificado, um mini-palco de fantoches e dois integrantes do grupo Hi Five de Casa Amarela romperam o silêncio com a música tema da Galinha Pintadinha.

O espetáculo exigiu um grande talento da munheca por trás da estrela da tarde. A galinha era um fantoche. Mariana, um boneco, entrou pulando na música seguinte e apenas uma frase resume seu triunfo: The Beast was Unleashed. Joãozinho também deu o ar de sua graça, completando a seleção.

O espantalho falou algumas coisas. Os dois integrantes do Hi Five de Casa Amarela roubaram a cena com suas trocas de fantasias: eram quatro ou cinco camisas coloridas, já não sei quantas. A coreografia avassaladora homenageou nossa cidade: "um pra lá e um pra cá", em referência ao clássico "dois pra lá e dois pra cá" da nossa querida cultura sertaneja. E como se não bastasse: na música do índio, um chapéu de índio. Na música do lanche, um chapéu de sanduíche. Na música do Escravos de Jó, um vômito de criatividade: o chapéu de sanduíche novamente, desta vez servindo de bola.

Mariana e Joãozinho alternavam entre as músicas até que aconteceu um dos pontos altos do espetáculos: A entrada o sapo quebrou paradigmas matemáticos das pobres crianças. É isso mesmo: agora a seleção contava com seis personagens e desafiou a habilidade dos nossos primogênitos de contar com apenas uma das mãos.

Diante de tamanho elenco sofisticado, a produção sabiamente optou por entrar na música do Atirei o Pau no Gato também homenageando a história de nossa cidade. Um pequeno felino de pelúcia lembrou nossas saudosas lojas de R$ 1.99 e levou os pais à loucura.

De repente, um fenômeno musical invadiu o teatro. Com um orçamento estimado em 5 vezes o preço do Gato da música anterior, o Elefante da Parmalat de R$ 11.99 elevou o nível do espetáculo. O monstro de pelúcia de 40cm fez sombra na platéia. Temos sorte de estarmos vivos.

Com um macacão do Super Mário, chapéu de Chaplin, e olhos vermelhos, o coelho maconheiro rasgou o palco jogando palha nas crianças como um demônio de mau humor e foi embora como voltou: assombroso.

O pinto sabotou a galinha pintadinha, que estava dormindo o show inteiro, mas entrou com tudo em seguida. A estrela da tarde entrou empurrada em um carrinho de mão pelo espantalho pedreiro que construiu uma bela obra de arte: A música final com um boneco de verdade e os inumeráveis personagens.

Chamem a enfermeira urubu com a pena de pavão que estamos em coma de tanta emoção.

Dexter Nordestino.